terça-feira, 27 de outubro de 2009

Este Sporting não está pior... está na mesma!

Ao longo destes últimos tempos não têm faltado comparações do Sporting actual com o de anos anteriores sob a orientação de Paulo Bento. Assim sendo, a mensagem passada para o público em geral tem-se verificado sempre a mesma: o Sporting C.P. deste ano está mais fraco.
Ora bem, isto é mentira! Ou pelo menos os resultados assim o dizem. Senão vejamos: este Sporting começou a época bem cedo devido aos compromissos europeus, obrigatórios para o Vice-Campeão português (a queda de Portugal no ranking da FIFA assemelha-se à da Bolsa Americana na década de 70...). O primeiro adversário dos “leões” foi, portanto, o FC Twente (clube modesto da Holanda, embora actual Vice-Campeão) e no conjunto das duas mãos (1-1), com um milagre de R. Patrício à mistura, a vantagem dos golos marcados fora foi suficiente para o Sporting eliminar o Twente com dois empates e duas paupérrimas exibições.
Em seguida, veio a Fiorentina (5º classificado do principal escalão italiano) e o grau de dificuldade subiu estrondosamente, a par com a qualidade das exibições leoninas. O desafio assim o exigia. Os “leões” acabaram, no entanto, eliminados (3-3) pela mesma regra que lhes permitiu a passagem sobre o Twente, fruto de dois empates. No entanto, ao intervalo da 2ª Mão, um golo apontado por J. Moutinho na transformação de um livre directo, no campo dos italianos, dava vantagem à equipa portuguesa. Infelizmente, a equipa italiana empatou por intermédio de Gilardino, arruinando as aspirações do Sporting quanto à entrada na edição deste ano da UEFA Champions League, onde mais uma vez apenas se encontra o F.C. Porto como representante português na prova mais importante do mundo. Os “leões” foram, portanto, fazer companhia às “águias” na nova Liga Europa, visto que todos os outros clubes portugueses foram precocemente eliminados. E a verdade é que o Sporting não tem desapontado na fase de grupos da Liga Europa: venceu por 2-3 o Heerenveen (da Holanda) e o Hertha de Berlim (Alemanha) por 1-0, encontrando-se actualmente no primeiro lugar do seu grupo com 6 pontos em dois jogos. Melhor era difícil... Ou não?
Quanto a nível nacional, ao contrário do que vitoriosamente tinha sucedido no ano passado frente ao Porto, o Sporting não disputou a Supertaça Cândido de Oliveira (taça arrebatada este ano pelos “dragões” que venceram o Paços de Ferreira por 2-0). Desta forma, o Sporting iniciou o Campeonato com uma visita à Madeira onde empatou por uma bola contra o Nacional. Nas, até agora, sete jornadas disputadas, os “leões” somaram mais um empate (Belenenses), duas derrotas (Braga e Porto) e três vitórias (Académica, P.Ferreira e Olhanense).
Tudo somado são 5 vitórias, 6 empates (!) e duas derrotas, em 13 jogos oficiais, com 16 golos marcados e 12 sofridos. Ora, se compararmos estes números com os da época transacta em igual número de jogos oficiais (9 vitorias, 1 empate e 3 derrotas, com 16 golos marcados e 8 sofridos), verificamos que o Sporting deste ano tem menos uma derrota do que o ano passado e exactamente o mesmo número de golos marcados.
Mais ainda: comparativamente a 2007/2008, se somarmos todos os pontos obtidos nos primeiros 13 jogos oficiais, independentemente da competição em que os “leões” jogaram, verificamos uma estranha igualdade: 5 vitórias + 6 empates deste ano = 21 pontos = 6 vitórias + 3 empates relativos à época 2007/2008.
Não me atrevendo sequer a falar das derrotas ou mesmo de alguns empates, como o do último jogo frente ao Belenenses (em Alvalade!), todas as vitórias que este Sporting alcançou foram, no mínimo, caricatas. Começando pelo início, a primeira vitória da temporada aconteceu em Coimbra, por 0-2, num jogo que podia ter pendido para qualquer um dos lados. E embora o jogo tenha chegado mesmo a pender mais para o lado dos estudantes, a vitória sportinguista aceita-se. Foi um daqueles casos muito comuns no Sporting deste ano: vencer sem convencer.
Em seguida, os “leões” viajaram à Holanda para obter uma vitória por 2-3 com talvez a melhor exibição da época. O que faltou? A capacidade para resolver o jogo antes dos instantes finais, em vez de fazer sofrer os portugueses com tantas oportunidades falhadas.
De volta ao campeonato, Liedson resolveu o “problema Paços” com um golo “à Liedson” ao minuto 81. Seguiu-se o Olhanense, que esteve a ganhar em pleno Estádio José de Alvalade séc. XXI por 0-2 com muita tranquilidade. Felizmente para os sportinguistas, o empate chegou antes do intervalo e o golo da vitória por S. Vukcevic ao minuto 87 (mais uma vez nos últimos dez minutos de jogo...).
Os “leões” voltariam a conjugar o verbo vencer em casa contra o Hertha, mas o golo que, embora aos trambolhões, até surgiu na primeira parte (!) por intermédio de Adrien, revelou-se insuficiente para calar os muitos assobios que se ouviram no final do jogo que tiveram como alvo principal Paulo Bento.
Mas então o que é que não convence neste Sporting? A resposta é simples: as exibições! É certo que o registo defensivo (12 golos sofridos em 13 jogos oficiais) é, até à data, o pior de sempre da “Era Paulo Bento”, mas muito pior do que isso são as exibições sofríveis, pesadas e tristes que os “leões” têm oferecido. Até agora, os resultados ainda estão dentro do minimamente aceitável e razoável para o Sporting, mas com estes baixos níveis exibicionais resta saber por quanto tempo é que os resultados, e os títulos anteriormente conquistados por Paulo Bento, chegam para aguentar o “casamento” de Bettencourt...
Será que o losango de Paulo Bento perdeu a sua magia?

Ricardo Silva Nº20 11ºB

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

E Viver...

No nosso dia-a-dia cruzamo-nos com centenas de pessoas, na rua, no metro, na escola; todas concentradas em si mesmas e no turbilhão da sua existência. Todos os dias acordamos a dar como certa a nossa vida; a viver no planeado, baseando-nos nas regras. A vivência num grupo que nos ultrapassa é garantida a todos, de uma forma ou de outra. Nunca somos o que pensamos ou dizemos ser, ninguém se conhece a si próprio. E como podemos não mentir aos outros quando nos mentimos a nos próprios?
E pensas tu isto numa insónia constante; e sentes por fim a tua face esbaforida nua e completamente exposta… E só quando finalmente deixas cair a máscara que tão cuidadosamente havias pintado vezes e vezes sem conta é que a cortina escarlate desce. Desengane-se quem pensa: “A vida é como uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos.” (Charles Chaplin). Não penses que teatro é viver mas, sim, no teatro que é viver, pois vives rodeado da ilusão e do segredo por detrás do rosto.
No espelho também tu vês, ou já viste, as moléculas da tua alma a unirem-se com as da tua máscara. E, quando nasces para ti próprio, acabas também de nascer para todos os que te rodeiam, nisto a que se pode chamar de “vida”.

Diana Amaral 12ºB nº8