quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

O sonho perfeito

Que perfeita foi aquela tarde de praia. O Sol brilhava lá no alto do céu, como um diamante gigante exposto à luz. A areia, quente e fina, envolvia-me os pés ao caminhar. A água cristalina, de tom esmeralda, reflectia o céu. Aquele lugar era uma verdadeira dádiva da Natureza.
Mas onde estavam as pessoas? Seria possível que num dia tão belo, a praia estivesse deserta? Na realidade estava.
O calor apertava e aquela água cristalina era um tesouro. Então fui até à água e mergulhei… Uma imensa calma invadiu-me por completo.
Nadei para uma gruta lá perto, entrei e sentei-me numa pedra. Aquele lugar era escuro e frio, tão escuro e frio que se tornava medonho, o oposto da praia. Então voltei para aquele lugar perfeito, donde não devia ter saído.
Quando cheguei, o Sol punha-se, por isso fiquei ali a contemplar e a guardar aquele momento magnífico e sereno. Aquele momento transmitia tudo o que há de bom… Deitei-me sob a areia a olhar o céu, de tons laranja e rosa, fechei os olhos e pensei: “Mas que paraíso”.
Passado algum tempo abri os olhos, aquele lugar tinha desaparecido. Afinal não passara de um sonho que agora só me restava guardar. Nunca vou esquecer aquele lugar perfeito, só meu, que espero poder voltar a visitar.

Susana Monteiro, 9ºF, Nº24

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

À beira-mar

Estou parado ao volante porque o sinal está vermelho. Olho distraidamente pela janela e vejo-a. Fico enfeitiçado pela visão, como se de uma cena de filme romântico se tratasse.
Elegantemente vestida, de fato escuro e camisa branca, aparenta estar na casa dos vinte, ou talvez um pouco mais. A sua figura é esguia e os seus cabelos cor-de-mel são longos, soltos ao vento do fim da tarde, de um dia de Outono, onde o sol já se quer pôr. No rosto, de traços suaves, sobressaem os seus olhos, grandes e amêndoados, cuja cor não consigo identificar. O nariz, um pouco arrebitado, dá-lhe um ar de menina-senhora e os seus lábios vermelhos, cor de sangue, parecem cantarolar.
De mãos nos bolsos, anda devagar, sem pressa de chegar. Diria que aproveita o passeio à beira-mar para descontrair, no fim de um dia de trabalho. Está de certa feliz! Sinto inveja!
Decido imitá-la e estaciono o carro, disposto a seguir-lhe o exemplo. Afinal, porquê tanta pressa? Vivemos sempre a correr, mesmo quando já não há motivo, como agora! Na vida, há pequenos momentos de prazer que simplesmente desperdiçamos sem dar conta. Foi pena não ter encontrado a minha “musa inspiradora”, porque queria dizer-lhe: “Obrigado”.

Ana Catarina Santos, 9º F

Tecnologia versus Família

Antigamente, a coisa mais importante para uma família era a própria família. Hoje em dia, esse valor vai sendo partilhado e posteriormente substituído pela tecnologia.
O que antes era passar uma tarde sossegada com a família, agora é uma tarde passada em casa em que os membros da família mal falam uns com os outros, por vezes dando a desculpa de que estão ocupados quando, na verdade, estão a passar tempo de qualidade com os seus aparelhos electrónicos. O pai fica encantado durante uma tarde inteira a ver o canal de desporto; o filho mais velho passa o dia a jogar consola; a filha mais nova lá vai dividindo o seu tempo entre o seu telemóvel de ultima geração e o leitor de música; já a mãe prefere passar o tempo a navegar pela internet à procura das fofocas sobre as celebridades.
Ao jantar sempre chega a haver conversa de circunstância, mas esta acaba de imediato quando começa a dar na televisão aquele programa espectacular muito conhecido. No entanto, o tal programa não é emitido às quintas, sextas e sabados, o que quer dizer que, nesses dias, ou eles procuram outro programa entre os duzentos e oitenta canais da televisão por satélite ou seguem um caminho mais perverso: têm uma conversa normal (em que por vezes a conversa sobre o leitor de música que saiu recentemente ou o novo canal de televisão, surge à baila).
A altura das férias é uma boa altura para os membros da dita família se reunirem e estarem juntos. Mas esta tarefa chega a ser complicada logo na altura de escolher o destino porque a Maria diz que se recusa a ir para um sítio sem rede e o João diz que não vai para sítios sem televisão.
A um membro dessas famílias eu pergunto: “Se fosse para uma ilha deserta, para sempre, onde houvesse comida e conforto quem ou o que é que levaria consigo, as suas tralhas electrónicas ou a sua família?”

Catarina Sofia Torrado Ramos, nº 9, 10ºG

A minha vizinhança


Os meus 4 adoráveis vizinhos



O ídolo da minha vizinha


Quem vos dera ter uma vizinhança como a minha. A vizinha de baixo tem uma creche que é composta pelos seus dois irritantes filhos, que de manhã à noite, ou estão a correr, ou estão a falar ligeiramente alto! O mais enervante é que começam logo quando estou estudar e obviamente a concentração é altíssima. E o melhor de tudo é que, à noite, vá… entre as onze e meia, meia-noite, quando eu e a minha família e vizinhos queremos dormir, é quando o barulho é mais intenso. Do melhor, não?!
Agora os vizinhos de cima… Esses devem ter o rei na barriga. A mulher deve-se achar a Naomi Campbell, pois durante a tarde e à noite insiste andar de saltos altos e, como se está a ver, faz um barulhão ao bater no chão; eu não sei quem é que quer impressionar, se ao marido, se à vizinhança. O marido não fica atrás. Para ele está tudo mal, pois já nem se pode jogar futebol nem no terraço nem na relva, e está constantemente a queixar-se de que as lâmpadas estão fundidas ou partidas e, claro, põem as culpas em nós.
O pior de tudo é que a mulher deve pensar que tem uma vivenda ou que por baixo dela é uma lixeira, porque, enquanto que, do andar de baixo, se ouve um ligeiro zumbido, a minha cara amiga de cima decide fazer as limpezas domésticas sempre depois das onze da noite. Boa hora, não? É verdade, e nada melhor do que sacudir tapetes, pois são silenciosos e largam pouco lixo! Nada de importante, pois é perfeitamente normal! Não é de espantar que quando acordo de manhã, encontro de tudo um pouco na minha varanda, e é logo na minha!
É engraçado, não é! E aposto com vocês que ninguém tem um prédio tão multifacetado como o meu, (uma creche em baixo e passagem de modelos em cima).
Vá lá pessoal, tenham mais consideração com os outros. Se toda a gente fizesse o que lhe apetecesse eu o meu irmão já tínhamos “fanado” os tapetes de entrada de cada um…


Tiago José Pereira Cardoso, 10º, nº25


sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

A Mudança do Básico para o Secundário

Eu já fiz muitas mudanças, mas esta é horrível. Sabem qual é? É a mudança do ensino básico para o ensino secundário. É que até nos habituarmos, custa, mas é que custa mesmo.
Ora, no ensino básico, ninguém quer saber… nem alunos, nem professores, nem pais, é uma rebaldaria, só visto. Os professores passam os alunos só por eles não faltarem às aulas!, depois, estudas dois das antes do teste e, no final, qual é a tua nota? Muito Bom, claro. Entretanto, já acabou o ano e tu? Tu passaste com uma perna às costas. Pois, não admira, foste a todas as aulas!
Só que, no secundário, ai de quem não estuda, ai de quem não esteja atento, porque aqui não são os professores que têm de se importar, és tu. Os primeiros testes nem vale a pena perguntar… é que são só negativas! Para quem tirava quatros ou cincos, agora não vale nada, até os professores dizem:
- Tinhas quatro? Agora tens oito, estás com sorte… Olha que é o dobro. Os mais aplicados perguntam como hão – de estudar, pois já não sabem o que fazer, e os que não querem saber, continuam a não querer saber.
Quando acaba o ano é um alívio, pensas:
- “ Finalmente acabou uff...já estava cansada”, -mas quando vais ver as tuas notas - ai que medo….ai que medo, as terríveis notas e, quando vez uns quatorzes, uns quinzes, uns dezasseis, desesperas:
Mas…é que eu…eu queria entrar para Medicina… E o que é que os professores respondem:
- Eu bem que te avisei, que tinhas de estudar duas ou três horas por dia. E nós pensamos:
Como é que nós havemos de ter tempo para estudar, se quase nem tempo temos para dormir.
Sabem quem tem sorte? São os alunos dos cursos profissionais. Esses nem notam a diferença. Quando vais ver a mochila de alguns o que é que encontras é uma mochila vazia. “ Vá não está vazia” (é o que eles dizem), ainda tem o telemóvel, a carteira e um caderno.
Vou – te dar um conselho, para que quando acabares de ler esta crónica aprendas alguma coisa:
Não te fies na Virgem, estuda.

Liliana Pereira, 10ºG, Nº18

Atrasos frequentes

É de manhã e o dia está cinzento. Olho pela janela embaciada e vejo os carros a passarem pelas pequenas e cintilantes gotas de chuva e divirto-me com os guarda-chuvas multicolores que passam pelos passeios, bailando. O chapinhar das botas novas das crianças que saltam por cima de poças atrai-me a atenção e consigo distinguir as cores de todas as folhas caídas no chão. É Outono.
Daqui a poucos minutos tenho aulas; portanto, preciso de me despachar. Vesti-me o mais rápido que pude e saí à rua; por sorte já não chovia. As árvores estavam meias despidas, ligeiramente curvadas devido à tempestade de ontem à noite; as pessoas, que eram poucas, andavam mais agasalhadas e já se sentia uma descida de temperatura.
Continuei o meu caminho, observando cada canto e recanto da rua, passando por ruelas e avenidas e olhando constantemente para o relógio. Virei a esquina do café “Aqui há gato”, parei junto a um prédio antigo e fiquei à espera da minha melhor amiga, que, como sempre, demora horas a sair de casa. Como é costume, vamos sempre juntas para a escola e estamos constantemente a chegar atrasadas devido ao nosso passo lento.
TRIIIIM, soou a campainha ao longe. Já estava na hora de entrar e nós ainda cá fora. Corremos o mais depressa possível e conseguimos chegar a tempo de entrar na sala juntamente com os outros. Mais uma manhã como todas as outras.

Inês Gomes, Nº 13, 9ºB

Receita para uma grande amizade

Não há mesmo que enganar.
É necessário carinho, ternura, compreensão…
Amor.
Ser sempre disponível
E ter um grande coração!
Começa-se pela vontade de estar ao lado de alguém.
Mistura-se a confiança.
Numa relação é o que convém.
Junta-se a bondade, a ajuda, o perdão.
Vai-se mexendo tudo
Com muita paixão!
Barra-se a forma com vontade de sonhar.
Leva-se ao forno sem muito demorar.
Dez minutos, uma hora,
Um mês, talvez dois…
No final, vai ver como se vai realizar
O seu sonho de Amizade
Que não se consegue igualar.
Um doce de cores,
Coberto de amor!
E são estes os valores
Para uma Amizade com esplendor.

Ana Catarina, nº1, 10º I

Receita para dançar

Querer aprender e não ter medo de falhar
São duas coisas em que nos devemos basear.
Com uma ou mais pessoas,
Em pé ou no chão,
Parados ou em movimento,
É fundamental ter coração.
Uma vez que se começa,
Não se consegue parar.
Somos invadidos por uma certeza
Impossível de ignorar.
Cada passo é uma história,
Cada aplauso, uma memória.
Depois de uma vida,
Já faz parte de nós.
Aprendemos a exprimir-nos
Sem usar a voz.

Inês Novais, nº16, 10º I

O Homem discreto

Nos dias de hoje, ouvimo-las com frequência em qualquer local público. Refiro-me às conversas que escutamos quase sempre que entramos num transporte público. É daí que provém muitas vezes o nosso conhecimento sobre as dificuldades existentes na nossa sociedade. Presentemente, e cada vez com mais frequência, assistimos a episódios dramáticos no quotidiano. Os mais relevantes têm como personagem principal a classe média, que vai decaindo lentamente. Neste fenómeno, sobressai o rico e o pobre, tão simples como o preto e o branco, sem cinzento no meio. É esta a ideia que temos da nossa sociedade neste preciso momento.
Na passada terça-feira, debaixo de um céu arrepiante e nuvens ameaçadoras, eu viajava de autocarro, a caminho de S. Bento, para reencontrar velhos amigos. Então, deparei-me com um senhor alto e bem vestido, só que algo nele não estava bem. Pessoa discreta, continha, bem dentro de si, um enorme mutismo absoluto. Embora vestido formalmente, qualquer pessoa conseguia reparar na sua expressão facial mesmo sem grandes detalhes. Uma expressão de desgosto perante a vida. Ao seu lado, um velho muito velho, falava dos seus tempos, quando se tornou adulto (época salazarista, obviamente). Não repetia, nada mais nada menos que: “Volta Salazar, tu levaste-nos ao auge económico e agora é só bastardos a estragar aquilo que tu fizeste.” Certamente, já não se lembrava bem da ditadura salazarista e daquela ‘senhora’ que não gostava nada que falassem do governo. A PIDE, sim, a PIDE.
Perto de S. Bento, reparei num pormenor tão interessante que eu ainda não tinha conseguido alcançar. Logicamente que eu não era o único a estar saturado de ouvir o velho e, aí, olhei. Enquanto ele ia falando, com fúria, da Política e da Justiça, o senhor discreto assobiava levemente, conseguindo tapar os seus ouvidos e, graças a Deus, os meus também! O pobre homem durante toda a viagem (e conversa do velho) ia assobiando e olhando para a janela. Passaram-se vinte minutos e o autocarro estacionou em S. Bento.
Ninguém tinha chegado. A cena presenciada voltou a ocupar o meu espírito. Como é possível, numa viagem de 20 minutos, ouvir as palavras do velho e, com um simples assobio, afastá-las de si mesmo?
Ultimamente, nada tem estado fácil, até pelo contrário, tudo tem estado difícil. As pessoas vivem na mais pura das misérias. Algumas. Outras fecham-se em copas como se tudo estivesse absolutamente normal. Zelo para que, nos próximos anos, alguém ponha a vista em cima deste ‘grande’ país e, como José Manuel dos Santos escreveu na sua crónica, “limpe o sarampo” a algumas pessoas que vagueiam por aí.


Pedro Borges, nº25, 10ºI

"O Melhor Resíduo"


NA ESAG PARTICIPAMOS
NA PREVENÇÃO DOS RESÍDUOS
POIS TODOS ESTAMOS
COM O AMBIENTE COMPROMETIDOS

A TURMA G DO DÉCIMO PRIMEIRO ANO
DINAMIZOU UMA ACTIVIDADE
ORGANIZOU UM PLANO
COM MUITA CRIATIVIDADE

AS PROFESSORAS ESTAGIÁRIAS
UMA ROLETA MONTARAM
ALUNOS, PROFESSORES E FUNCIONÁRIOS
APRENDERAM E JOGARAM

É IMPORTANTE OS LIXOS SEPARAR
VÁRIOS DESTINOS PODEM TER
SE O RESÍDUO FOR RECICLAR
OS RECURSOS NATURAIS VAI POUPAR

NA SALA DE EXPOSIÇÕES
COM ACTIVIDADES ALERTAMOS
PARA A IMPORTÂNCIA DAS NOSSAS ACÇÕES
PARA O AMBIENTE MELHORARMOS

REDUZIU, REUTILIZOU
O RODRIGO SOUBE FAZER
UM CANDEEIRO PREPAROU
PARA TODOS PODEREM VER

TROCAR UMA LÂMPADA INCANDESCENTE
PARA COM QUATRO ECONOMIZAR
PEQUENO GESTO EFICIENTE
PARA A ENERGIA POUPAR

UMA ECO-ESCOLA QUEREMOS SER
PARA ISSO TEMOS DE TRABALHAR
SEPARAR É IMPORTANTE
TODOS DEVEMOS COLABORAR


27 de Novembro de 2009

Semana Europeia da Prevenção dos Resíduos
Actividade: “O Melhor Resíduo”
Âmbito: Programa Comenius – Projecto “Aprender a Viver de Forma Sustentável”
Programa Eco-Escolas

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

A minha querida televisão

Perante os olhares da maioria da sociedade, a minha televisão seria: a preto e branco e de má qualidade; retrógrada e difícil de manusear; com 4 canais (RTP1,RTP2, SIC E TVI) e por fim pouco multifuncional, uma vez que não tem comando.
Mas como, felizmente, nem sempre a maioria tem razão, esta televisão não é tão má como parece.
Para começar tem cores. É verdade que tenho a perfeita noção que no actual mercado há televisões de muito melhor qualidade, ou não fosse eu uma amante da informática e das novas tecnologias. Porém, esta não é de tão má qualidade como aparenta. É claro que às vezes fica às riscas cinzentas e vai abaixo, mas não é nada que não aconteça com as outras televisões. Nada que uma leve pancadinha ou um carregar constante no botão respectivo do canal não resolva.
Quanto ao difícil de manusear, não exageremos. Sei que agora tudo funciona a distância, mas, por amor de Deus, sejamos práticos. Para compreender os grandes mecanismos temos que compreender os básicos e a minha televisão funciona de um modo simples e primário. Passo a explicar: para sincronizar outros canais, para além dos que já vêm predefinidos, é só rodar um pequeno botão que se encontra numa caixa acima do botão de desligar e para mudar de canal é só clicar num dos botões dos outros 7 canais. Só se desliga e liga clicando na própria televisão, mas isto impede que ela fique em “standby” a consumir energia, quando lá não estamos.
Quanto aos canais, sim, leram bem, tem apenas 8 canais. Contudo, tem TV CABO e alguns da canais da famosa VOX sintonizados, não estando apenas limitada aos 4 canais e tendo como vantagem a escolha mais selectiva deles, evitando assim o “zapping” e procura incessante por programas televisivos que valham realmente a pena ver.
Falemos ainda, do grave problema de sedentarismo, preguiça ou o quer que lhe queiram chamar, que é provocado pelo facto de não ter comando. Bom, se para mudar de canal nos temos que levantar, pensem como eu: “Será que vale mesmo a pena mudar de canal? Vou estar eternamente à procura de algo interessante para ver ao domingo à tarde? Não! O melhor é ficar-me pelo típico filme deste dia e esperar que revele algum interesse…”.
Como vêem, a minha televisão não é tão má. Por isso, lembrem-se que as coisas nem sempre são o que parecem, nunca julguem um livro pela capa, mas, sim, pelo seu conteúdo.

Joana Osório, Nº 17, 12ºD

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

A Viagem

Estação de S. Bento

Igreja de S. Francisco

Nem tudo é um sonho. O passado é real e por vezes bastante actual. Assim, este oferece não só conselhos para um futuro melhor mas também uma imagem pitoresca e de fácil acesso da nossa pátria, a Língua Portuguesa. Satírica, à primeira vista, a nossa história é um verdadeiro conto moralista com conflitos, romances, mitos e lendas.
Neste dia de S. Martinho, solarengo como de costume, reinava, ainda, nas mentes adormecidas o frio da noite, quando o ‘metro’ parou na estação. Alunos e Professores embarcaram, à excepção de uns poucos Alunos. Eu era um deles. A nossa Professora tinha ficado connosco, preocupada com a dessincronização do grupo, mas rapidamente chegou mais um ‘metro’. Em típico estado de quarta-feira, os passageiros revelavam-se aborrecidos, questionando-se se iriam beber café ou meia-de-leite no trabalho; mas eu não; o dia de hoje não ia cair no vulgar. Ia ser um dia diferente, pois ia visitar a minha cidade berço, a cidade do Porto. À saída da estação, já do outro lado da ponte, um misto de sentidos invadiu-me: o cheiro nostálgico; o visual rústico embutido das suas personalidades típicas; o barulho de uma população que fervilha de vida e actividade; o vento que me despenteava, convidando-me a enlouquecer nesta invicta cidade. À minha frente, a Estação, que correspondia à sua localização, S. Bento. Aí descobri que tinha sido construída após a demolição do mosteiro da Ave-Maria, isto em finais do século XIX. Mas, já no século XX, o espaço vazio tinha sido preenchido, não por um edifício qualquer, mas de um que se eleva a excepção, pois construído à imagem da arquitectura Neoclássica, marca um passo na evolução do crescimento da minha cidade. No seu interior, belos azulejos complementavam o seu espírito com relevos e pinturas alusivas a momentos históricos de Portugal.
Esta visita não era pura coincidência, o estilo Barroco é caracterizado pela “aversão” ao Barroco, que por sua vez é característico da época do Padre António Vieira e das Igrejas que se visitaram de seguida. Deslocámo-nos a pé, absorvendo todos os detalhes que de outra forma se perderiam, se a visita fosse num outro meio de transporte, e chegámos à Igreja da Misericórdia. Estava em obras, mas notou-se o estilo Barroco (com elementos do rococó) da fachada. Infelizmente, a sua história não é muito brilhante, visto que foi destruída no século XVII por um relâmpago, e quase se transformou em ruínas; hoje, reconstruída, perdeu, contudo, o seu tamanho original.
Atravessando a Praça do Infante, chegou-se à Igreja de S. Francisco, onde se viu um excelente exemplo do Barroco português. As paredes interiores estavam recheadas de decorações e as suas sombras contrastavam com o reluzir da talha dourada (que totalizava 600kg em folha de ouro), característica do Barroco, que também contrasta com o seu exterior gótico. Remetendo-nos para o século XVIII, o seu interior é um dos melhores exemplos do seu estilo a nível mundial. Também se visitou a Casa de Despacho, onde havia um museu com peças valiosíssimas. Era apenas uma pequena sala, porque grande parte do seu tesouro foi roubado durante as Invasões Francesas.
O ‘passeio’ prosseguiu. Uma passagem pelo funicular seguia-se, e esta, apesar de breve, foi suficiente para deixar umas belíssimas imagens da Ribeira do Porto na memória. Seguia-se a Igreja de Santa Clara, onde o empobrecimento da ‘Igreja’ era mais evidente. Mármore falso e um salão de tamanho reduzido ambicionavam seduzir de novo os crentes que haviam sido atraídos pelo protestantismo. O facto de a Igreja ter perdido algum do seu poder nesta época torna-a mais radical e desesperada, criando, por exemplo, a Inquisição e o Índex, para controlar os sentimentos humanos. Foi nessa altura que surgem personalidades como António Vieira, da Igreja mas lutam pela liberdade de expressão e pela erradicação da desigualdade; lutam pela humanidade.
Esta Visita de Estudo provou ser uma visita não só espacial mas também temporal, exibindo uma nítida imagem do pensamento humano no período Barroco. É claro que a forma de pensar não se alterou desde então, e é destes momentos históricos que se podem tirar verdadeiras conclusões morais.

Gabriel António nº8 11ºE

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

«A Vida»

A vida não é nenhuma brincadeira.
Tudo o que fazemos ou não fazemos conta.
De um momento para o outro tudo pode acontecer.
Quando uma coisa má nos acontece, a única solução que vemos é desistir. Mas há sempre uma solução! A vida é injusta para todos e temos de aprender a esquecer e a continuar em frente.
A tristeza leva-nos à solidão e, muitas vezes, ao desespero. Isso não é vida para ninguém! Toda a gente merece ser feliz. Ter aqueles momentos que nunca queremos que acabem e que nunca vamos esquecer, pois, nesses momentos, fomos felizes quer tenha sido com os amigos, com a família ou até mesmo sozinhos.
Ter um sorriso na cara faz-nos esquecer todas as coisas más que nos acontecem.
Alguns dizem: “Para quê viver?! Não vale a pena!”. Tenho a certeza que toda a gente já pensou assim, já se sentiu assim, mas…não vamos desistir de tudo o que conseguimos e fizemos por uma coisa má nos ter acontecido.
A vida só acaba quando não respirarmos mais! Até lá, temos que viver o mais felizes possível. Aproveitar a vida porque quando ela estiver a acabar vamos perguntar-nos: “E se eu tivesse feito de outra maneira?” ou “Há tanta coisa que eu gostava de ter feito…”. De certeza que não queremos pensar assim quando tudo estiver a acabar.
Por isso, vive como se não houvesse o dia de amanha e sê feliz!


Cátia Pinho, 9º B

SER DIFERENTE

Ser diferente é destacar-se de tantos outros. Ser diferente pode ser bom, pode ser mau. Infelizmente, quase sempre se vê o “ser diferente” pelo lado negativo.
Muitas vezes, passamos por alguém na rua que tem uma cor distinta ou alguma deficiência e logo nos retraímos e afastamos, como se esta singularidade fosse uma doença contagiosa. Nem sequer nos apercebemos, é involuntário, faz parte daquilo que a sociedade hipócrita em que vivemos nos transmite. Lembra a história d’ “O Patinho Feio”: as pessoas ditas “normais” excluem aquelas ditas “diferentes”. Uma religião, uma cor, uma raça ou um hábito divergente; uma deficiência; uma preferência discrepante; qualquer coisa é motivo de humilhação pública ou de chacota.
Mas não pode, nem deve ser assim. Não numa sociedade que defende a liberdade e a igualdade de todos os cidadãos. No fundo, todos somos diferentes uns dos outros, todos únicos. O que conta não é só o exterior, o interior também é muito importante. É lá que estão as maiores diferenças – a nossa personalidade, os nossos gostos, as nossas virtudes, os nossos defeitos, as nossas opiniões.
E é por tudo isto que devemos não só respeitar como ajudar (seja em que sentido for) quem é diferente. A nossa aparência e o nosso carácter são características únicas que devem ser admitidas pelos demais. Todos temos o DIREITO a ser diferente e a aceitação desta característica pela sociedade está na mão de cada um. Juntos podemos fazer a diferença, porque com esforço tudo se consegue, mesmo sendo diferente.

Inês da Costa Miranda, Nº18, 9ºA

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Ai o amor, Joana!...

Nenhuma história de amor deveria ser infeliz. Contudo, muitas vezes, isso acontece.
No domingo estive com a Joana que estava um pouco triste e desabafou comigo...
Contou-me que tinha conhecido um rapaz e que acabou por se apaixonar por ele. Estavam muitas vezes juntos e eram momentos mágicos porque estavam sempre a rir e a brincar. Tudo era perfeito, dizia ela. Quando dizia que o amava, ele dizia apenas " eu também".
Magoada, decidiu perguntar-lhe o que é que se passava mas ele não respondeu. Então, começou a ficar atenta. Reparou que ele ia para a escola de manhã, almoçava na escola com ela, voltava para as aulas e às 18.30h ia direitinho para casa.
Um dia, intrigada, resolveu tocar-lhe à campainha e ele demorou muito a abrir a porta. Quando finalmente o fez, ficou espantado por a ver ali e bastante atrapalhado! Joana aproveitou a situação para entrar e, com grande surpresa e muito desagrado, viu lá a sua melhor amiga. Nem abriu a boca, porque achou que nenhum dos dois merecia uma só palavra sua.
Quando a Joana me contou a história, fiquei abismada porque o Pedro de que ela falava era também o namorado da minha prima, Marina!
Consolei a minha amiga o melhor que pude e aconselhei-a a parar de sofrer por quem não a merece!


Marta, 9ºB

Anatomia

Para escrever algo relacionado com o título, talvez devesse passar este texto todo a falar de medicina … Mas hoje vou falar apenas do corpo humano e vou apenas dedicar-me à anatomia de um certo indivíduo muito conhecido e famoso.
Ao contrário de nós, seres humanos normais, este malandro tem uma anatomia bem original mas não tão diferente da nossa como nós pensávamos. Podem ambas dividir-se em três partes! Nós temos cabeça, tronco e membros, e ele tem introdução, desenvolvimento e conclusão. Todas indispensáveis!
À introdução, podemos comparar a nossa cabeça pensante. É nela que a informação tem um início e depois tem de ser respeitada pelo resto do corpo, tal como acontece neste quase nosso gémeo. A cara é das primeiras coisas a reparar numa pessoa, e a introdução também é, obrigatoriamente, a primeira coisa a interpretar.
O seu tronco relaciona-se com o desenvolvimento. É uma grande parte da sua estrutura e o seu conteúdo é como o tronco de uma elegante senhora. Com curvas vincadas e atraentes que são os vários assuntos tratados. É aqui que a imaginação de qualquer um voa como uma folha leve de papel que só pousa na conclusão. Obviamente, ele também tem o seu coração que, neste caso, é o seu tema. Sem ele, não poderia existir. Interiormente, tem também sistemas (os parágrafos) e órgãos (as frases).
Tudo tão parecido, tudo tão diferente… É a anatomia de um TEXTO.

Ema Peres Costa, Nº12, 9ºA

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

A confirmação

Dia 29 de Novembro de 2009. Dia de jogo no Estádio do Dragão, dia de F.C. do Porto vs. Rio Ave F.C.: jogo de extrema importância, porque, em caso de vitória, os portistas aumentavam em dois pontos a sua vantagem sobre os “leões” e, mais do que isso, recuperariam dois pontos sobre o Benfica; jogo de extrema dificuldade, visto que os vilacondenses tinham perdido apenas um jogo em dez realizados para o campeonato, sendo a equipa sensação desta edição da Liga a par do, em princípio, (ainda) líder S.C. Braga.
Os primeiros minutos de jogo foram fracos, dando continuidade à tendência daquilo que tinham sido os últimos jogos dos Tetra-Campeões nacionais, especialmente, para o Campeonato.
No entanto, por intermédio de Hulk, os “dragões” colocaram-se em vantagem a partir do minuto 23’. Parecia que as coisas iam ter um rumo diferente, com a aparente mudança de sorte dos portistas. Pura ilusão: volvidos 2 minutos o Rio Ave empatou, graças a um cabeceamento, sem hipóteses de defesa, de João Tomás – actualmente em grande forma – onde foi óbvia uma falha de marcação da defesa azul e branca, uma vez que Bruno Alves abandonou a marcação do autor do golo para marcar outro adversário, deixando assim o poderoso ponta-de-lança português ao cuidado de Fucile. Algo de muito errado, não só porque era visível a vantagem atlética de João Tomás sobre Fucile, tal como Maicon (central de elevada estatura) – que se encontrava mesmo ao seu lado – não teve a confiança nem a autonomia necessária para tomar conta da marcação a João Tomás, evitando, certamente, aquele que foi o golo de empate dos vilacondenses.
Felizmente, depois do efeito aturduante do empate dos forasteiros, os portistas avançaram para um domínio de um quarto de hora que, por muito pouco, não teve impacto também no marcador, antes da saída para o intervalo.
Todavia, os “dragões” voltaram a entrar mal, ou melhor, muito nervosos e ansiosos no reatamento da partida, quando não havia necessidade para tal. E isto verificou-se no «penalty» algo duvidoso, desperdiçado (outra vez!) por Falcão que, com manifesta falta de sorte, atirou à barra e continuou o calvário de jogos sem marcar no campeonato.
Contudo, contra aquilo que seria de esperar, conforme dito por Jesualdo Ferreira após o fim do encontro: “A partir do momento em que falhámos o «penalty» (...) a equipa entrosou-se mais e ficou mais forte.”
Desta forma, o F.C. do Porto iniciou um domínio avassalador que apenas foi travado pela figura do jogo: Carlos, guarda-redes internacional angolano do Rio Ave. Toda a equipa portista parecia acreditar cegamente na vitória e, talvez por isso, os “dragões” alcançaram o justíssimo golo vitorioso ao minuto 83’, graças a uma conclusão, plena de oportunidade, de Silvestre Varela.
Foi também neste momento que me coloquei de joelhos e desatei aos gritos e a chorar. Nada que, no decorrer deste jogo, não tivesse feito, pelo menos, umas três vezes, tamanha era a importância desta vitória e a crueldade que se verificava no marcador com o teimoso empate.
Foi dos jogos mais emotivos a que eu já assisti e o golo de Varela, em conjunto com a minha certeza interior e confiança pessoal que o meu clube seguraria o resultado até ao final, despertou em mim uma felicidade imensa; foi como se uma chama de alegria invadisse o meu espírito e o meu corpo, ou seja, todo o meu ser, que apenas se transmitiu num “choro gigante de alegria”.
Agradeço a Deus, tanto pelo decorrer deste jogo como pelo seu resultado final. Porquê? Porque confirmei hoje aquilo que pretendo para o meu futuro profissional: estar ligado ao futebol e, se possível, ao clube que eu amo: Futebol Clube do Porto.
Se sou “doente” pelo meu clube? Sim. Se esta “doença” tem cura? Não sei. Se quero ser curado? Não! Se sou feliz assim? SIM!
Gostaria de acrescentar ainda, para aqueles cépticos do centralismo que desprezam tudo aquilo que o F.C. Porto conquistou e continuará a conquistar, algumas das declarações da «flash-interview» por parte dos elementos mais importantes do encontro:
- “Vendemos cara a derrota (...).”, João Tomás.
- “Gostaria de salientar que, se nalgum período, o domínio do jogo pertenceu ao Rio Ave, deveu-se ao nosso mérito e não a demérito do F.C. Porto.”, Carlos Brito.
- “Esta vitória foi muito importante para nós porque os jogadores têm que acreditar no seu valor e nas suas capacidades (...) porque esta equipa pode vencer todos os jogos.”, Jesualdo Ferreira.
- depois de matreiramente questionado pelo jornalista da RTP1 sobre se esperava ser titular no próximo jogo do F.C. do Porto, após ter marco o golo da vitória azul e branca e ser considerado “a figura do jogo”, Silvestre Varela não se deixou influenciar e respondeu prontamente: “A mim cabe-me apenas trabalhar para ajudar a equipa. O mister é que escolhe...”.
Assim se fazem campeões. Perdão... Penta-Campeões!

Ricardo André Pinto Silva - N.º 20, 12ºB