segunda-feira, 8 de abril de 2013

VISITA DE ESTUDO EM GUIMARÃES, NO ÂMBITO DA DISCIPLINA DE FILOSOFIA E HISTÓRIA



Na passada quarta-feira, a turma do 10ºI visitou a plataforma das artes, em Guimarães, no âmbito da disciplina de Filosofia e o Paço dos Duques de Bragança, no âmbito da disciplina de História.

Na plataforma das artes, observámos e apreciámos desenhos de José de Guimarães relacionados com a cultura africana, mais especificamente o alfabeto e objetos que tinham sido utilizados para rituais das tribos africanas. Estas utilizavam-nos, principalmente, porque queriam obter um equilíbrio entre o seu espaço e o meio ambiente.

Quando foi introduzido este tema pelo guia, logo o associei à matéria filosófica dos valores e da cultura, pois estávamos a estudar uma cultura diferente da nossa que utilizava formas diferentes das nossas de lidar com alguns problemas. Temos como exemplo os rituais que faziam para que houvesse mais fertilidade e aqueles com máscaras para que o espírito animal entrasse dentro deles e, assim, pudessem obter equilíbrio com a natureza.

Estas tribos também tinham, e têm, conceções da vida diferentes da nossa. Por exemplo, eles não acreditam que as pessoas quando morrem passam para outro mundo, mas sim que permanecem neste mundo, fazendo parte de um curso de água ou de uma árvore. Por isso, eles davam muito valor à natureza.

Ao analisarmos isto, conseguimos ver que havia uma série de instrumentos e hábitos inventados pelos membros das tribos (e partilhados por todos) que faziam parte da sua cultura e que, até nos serem explicados para que serviam, não entenderíamos o valor que eles tinham (isto porque as circunstâncias em que vivemos são diferentes e não nos obrigam a fazer certas escolhas e a dar tanto valor a certas coisas como a eles).

A forma como estas tribos se adaptaram ao meio é diferente da nossa, mas tinham uma finalidade comum: contribuir para o bem-estar da sociedade, para o equilíbrio.

Quando observámos algumas obras abstratas, as discussões entre alunos remeteram para o tema do subjetivismo axiológico.

Alguns gostaram, pois as cores eram as preferidas deles e associavam isso ao belo, enquanto que outros achavam que elas não combinavam e por isso eram feias, de pouco valor – a questão da polaridade dos valores.

Consideramos estas “opiniões” juízos de valor, não podendo estar errados ou certos, pois dependem da experiência axiológica de cada um.

Também conseguimos aprender coisas relacionadas com História, disciplina incorporada nesta visita de estudo.

Ao caminhar pela cidade de Guimarães, o professor de História indicava-nos os vários sítios que estávamos a passar dizendo o que tinham sido eles no passado, levando-nos a relacionar a planta da cidade medieval com a atual.

No Paço dos Duques de Bragança foi-nos feita uma visita guiada, tendo aprendido que este foi mandado construir no século XV por iniciativa do Afonso I de Bragança mas que sofreu uma reformulação durante o Estado Novo.

Este palácio é constituído por várias salas onde estão armas antigas, tapeçarias com temática sobre as conquistas portuguesas no Norte de África, um famoso retrato de D. Catarina de Bragança apesar de ela não ter vivido neste palácio e, em homenagem às descobertas marítimas dos portugueses, o teto de uma das salas reproduz o casco de uma caravela.

Face ao exposto, é possível concluir que esta visita foi enriquecedora, pois permitiu aprofundar alguns conhecimentos relacionados com as disciplinas de Filosofia e História.

Isto mostra que não é só através da aprendizagem formal que o conhecimento se constrói, mas também através do contacto com outras realidades de outros tempos e contextos.

Maria Inês Costa, 10ª I - Curso Científico-Humanístico de Línguas e Humanidades

Professor Nuno Pereira



Reflexão sobre a visita à Exposição “Para Além da História” – Centro Internacional das Artes José de Guimarães – Plataforma das Artes e da Criatividade, no âmbito da disciplina de Filosofia

Guimarães, 20 de fevereiro de 2013

Que influência tem a arte na cultura de cada sociedade?

Para começar, devo dizer que esta visita ao museu e à Exposição foi muito proveitosa e que achei muito importante o acompanhamento da guia. O tema do meu grupo era “Atlas” e, por isso, durante toda a visita localizámos os objetos da exposição no espaço e tempo.

Pudemos apreciar o “Abecedário” de José de Guimarães, um conjunto de figuras que este criou com base na cultura africana com a qual contactou e que o inspirou em toda a sua obra. Cada quadro tinha um significado e, cada símbolo foi um ponto de partida para as restantes obras, ou seja, cada símbolo foi representado novamente noutras pinturas, sendo uma “marca” do trabalho deste artista.

Seguiu-se a apreciação de máscaras tribais, usadas em rituais africanos, decoradas com fibras, conchas, missangas, entre outros materiais. Atrás de cada máscara, a servir de suporte, encontrava-se um vidro, o que permitia uma visão da sala como um todo, criando uma sensação de observação dos visitantes por parte das máscaras. O vidro permitia também a participação dos visitantes no ambiente da sala pois, ao observarmos as máscaras, víamos também os restantes visitantes.

A observação de trabalhos em folhas de papel desenhados a carvão, permitiu-nos distinguir aqueles que representavam a realidade, daqueles que representavam misturas da realidade com sonhos, com o sobrenatural e o abstrato. Esta observação mostrou-nos que o artista, através do desenho, transmitia a influência dos sonhos na realidade e a confusão do mundo e da mente humana.

A existência de muitos objetos de rituais africanos, como um cofre onde se guardavam relíquias (para depois da morte) e mais objetos simbólicos, permitiram falar sobre a importância da religião para a cultura e da diferença entre a magia e a religião.

Passamos para outro espaço no qual se encontrava um quadro gigante de José de Guimarães e onde se viam, divididas em três secções, três telas diferentes mas relacionadas entre si: na mais à direita, encontrava-se a imagem de Che Guevara representativa de revolução, na do meio encontrava-se um carneiro ou cabrito (não sei ao certo) que representava o sacrifício e, por fim, na da esquerda, a bandeira de Portugal riscada e rasgada. Todo o quadro, na minha visão, representa o facto de todas as revoltas e sacrifícios feitos pelos portugueses pouco servirem para o sucesso do nosso país.

A sobreposição de néons e quadros com motivos tribais permitiu mostrar a diferença entre a cultura tribal e a ocidental. As obras do último espaço remetiam para motivos festivos e entrecruzavam diferentes celebrações e diferentes culturas.

Toda a Exposição me fez refletir sobre o Homem, sobre a cultura, a sua expressão e a relação da arte com o ser humano. A exposição permitiu compreender que os artistas querem transmitir com a sua obra, sentimentos, sonhos, acontecimentos, pensamentos ou situações.

A Exposição confrontava diferentes culturas como a africana e a ocidental, sobrepunha-as e relacionava-as. Mostrava que, apesar da cultura diferenciar o ser humano, também pode aproximá-lo.

Eunice Carmo, 10º J – Curso Científico-Humanístico de Línguas e Humanidades

Professora Isabel Matos