O escultor pôs particulares cuidados na forma como apresenta as suas peças, num diálogo com os espaços e com a coleção de obras da casa.
As esculturas-construções ocupam, invadem e parecem ultrapassr o espaço que as contém, ou, discretamente, dissimulam-se.
A montagem da exposição transforma as peças numa instalação, metamorfoseando-as em nova unidade.
É evidente na obra de Rui Chafes a poetização que os objectos escultóricos sofrem. Eles nascem da palavra e constituem-se como uma materialização, paradoxal, da palavra poética. Cada objecto deseja ir além da sua materialidade, querendo transformar, através da palavra, a escultura em poesia. A palavra é, em Rui Chafes, uma realidade indissolúvel dos objectos. É parte da obra e como tal mantém o seu carácter de orgão num organismo. Atente-se nos títulos e no livro-catálogo, objecto escultórico, relicário de palavras.
Imperdível!
Até 24 de Agosto.

Trago-te em mim como uma ferida, 2000
ferro, 800X74X96cm, col. particular

Trago-te em mim como uma ferida, 2000
ferro, 800X74X96cm, col. particular

Cristal 2, 1996
ferro, 36X19X28cm, col. particular

Deine Stimme [A tua voz], 1997
ferro, 2 esculturas, cada: 221X58X58cm, col. Peter Meeker
3 comentários:
Bons ventos o tragam,
grata pelas sempre belas palavras...
Beijo!
São iniciativas como esta que podem pôr Gaia no roteiro 5* da Arte.
Parabéns
Soube há dias, pelo próprio Rui Chafes, que o catálogo da exposição recebeu dois importantes prémios internacionais.
AFS
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