quarta-feira, 25 de junho de 2008

Na Senda de Darwin

Decerto, para muitos, não será notícia! Contudo aqui fica a divulgação do concurso realizado pelo jornal Ciência Hoje, publicação on-line sobre Ciência, Tecnologia e Empreendedorismo. A avaliar pelo número de inscrições já realizadas convém não deixar para amanhã o que pode ser feito [com ciência] hoje!

"Para comemorar os 200 anos do nascimento de Charles Darwin e os 150 da publicação do seu livro «A Origem das Espécies» que têm lugar em 2009, o jornal Ciência Hoje vai lançar, com o apoio do Ciência Viva – Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica -,  um concurso dirigido aos estudantes que em Setembro de 2008 estejam no 10º, 11º e 12º anos das escolas de todo o País.

A equipa vencedora – todas as equipas serão constituídas obrigatoriamente por três elementos – terá como prémio três cruzeiros (mais um) nas Ilhas Galápagos, no Oceano Pacífico, onde Darwin passou pouco mais de um mês em 1835 e onde fez observações que foram importantes para a elaboração da sua Teoria da Evolução das Espécies. A viagem inclui ainda uma visita de alguns dias ao Equador a que as Galápagos pertencem administrativamente

 A viagem dos vencedores terá lugar nesse mesmo ano de 2009, entre 5 e 15 de Abril, e os estudantes terão de se fazer acompanhar por um(a) professor(a) por eles convidado(a) da escola a que pertencem. A viagem deste professor(a) faz parte do prémio".

Para quem quiser espreitar aqui fica o endereço: www.cienciahoje.pt

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Sou do tamanho do que vejo



Alberto Caeiro nas palavras ditas por Mário Viegas: um desassombramento.

Paulo Autran



Foram as telenovelas que o tornaram popular deste lado do mar,mas o grande senhor dos palcos também gravou poesia.
Fica aqui uma pequena-grande amostra: "O Mostrengo" de Fernando Pessoa.

domingo, 15 de junho de 2008

Cartas de amor lidas por Maria Bethânia




Ricardo Reis

Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive

Ricardo Reis

sábado, 14 de junho de 2008

Pessoa | Caeiro [O Guardador de Rebanhos]

VII

Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver do Universo...
Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não, do tamanho da minha altura...

Nas cidades a vida é mais pequena
Que aqui na minha casa no cimo deste outeiro.
Na cidade as grandes casas fecham a vista à chave,
Escondem o horizonte, empurram o nosso olhar para longe
[de todo o céu,
Tornam-nos pequenos porque nos tiram o que os nossos olhos
[nos podem dar,
E tornam-nos pobres porque a nossa única riqueza é ver.

Alberto Caeiro

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Sexta-feira 13, Junho 2008 (isto anda tudo ligado)



Manda o calendário e a memória que se assinalem hoje os 120 anos do nascimento de Fernando Pessoa na Lisboa que também viu nascer Santo António (15 de Agosto de 1195 - Pádua 13 de Junho de 1231. Um outro António, Vieira e padre, também nascido em Lx, em 6 de Fevereiro de 1608, há 400 anos atrás, refere-o no seu Sermão de Santo António aos Peixes.
Há 50 anos um grande actor (literalmente e em todos os sentidos), Vasco Santana, também partiu. Para parte (in)certa!
Em 1981, João Botelho realizou Conversa Acabada, filme sobre Fernando Pessoa e Mário de Sá-Carneiro (Lx, 19 de Maio de 1890 - Paris, 26 de Abril de 1916), onde Manoel de Oliveira (Porto, 12 de Dezembro de 1908, sim, o homem está cá há 100 anos!) tem uma fugaz aparição, representando o padre que ministra os últimos sacramentos a Pessoa.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Convite para semear futuro

Meus caros amigos(as)
Chegado o fim do ano lectivo é tempo de gozar as merecidas férias, com muito protector solar e ó(s)culos de sol!
Antes disso gostaria de os convidar a integrarem a redação do http://jornalesag.blogspot.com
Esta é uma forma de dar continuidade a um projecto dirigido à comunidade escolar e ao mundo (afinal estamos na rede!). É fácil, acessível, imediato, interactivo...
Por isso venho convidá-los para aparecerem na Escola, 3ª feira, 17 de Junho pelas 16:00 de modo a combinarmos formas de acção.
Este endereço de e-mail - jornalesag@gmail.com - pode ser utilizado para comunicarmos e também para enviar material para publicação, dar sugestões, fazer críticas, etc.
Não podendo estar presente deixo como Vosso anfitrião o meu colega António Fernando Silva, do grupo das Artes, que dirigirá a reunião e servirá de interlocutor para este projecto.
Os meus sinceros agradecimentos, certo de que vão abraçar este projecto.
Sempre Vosso
JB(L) de Almeida Garrett

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Léo Ferré

Re_publishing [outro post endereçado]


Henri Fantin-Latour
Un coin de table, 1872
[Da esquerda para a direita Verlaine é o primeiro, seguido de Rimbaud]

O Francês é uma língua de beijos!

- Où es-tu?
- Dans les paroles.

Edmond Jabès
Le Livre des Questions

domingo, 8 de junho de 2008

Post com endereço

Para a Marta Figueiredo & amigos [que se perderam na tradução!]
Também podem ouvir este poema cantado por Léo Ferré.

Romance

I.
Aos dezassete anos não somos atinados.
- Certa noite, ala! cervejas e limonada,
Cafés barulhentos, lustres alumiados!
- E vai-se até às tílias verdes da esplanada.

Nas noites de Junho as tílias cheiram tão bem!
Quando o ar é mais doce, a vista pestaneja;
Nos sons que o vento traz, - a cidade é além -,
Há perfumes de vinho, aromas de cerveja...


II.
- Eis senão quando vê-se um pequeno trapinho
De azul carregado, que um raminho emoldura,
Mordido por estrela má, que de mansinho
Se funde e tremula, pequena e toda alvura...

Junho! Dezassete anos! - A noite embriaga.
A seiva é champanhe que nos sobe à cabeça...
Sente-se nos lábios, enquanto se divaga,
Um beijo a palpitar, um bicho que se apressa...


III.
Doideja o coração, Robinson fabuloso,
- Quando no pálido clarão de um candeeiro,
Passa uma menina de modo primoroso,
À sombra de um pai engomado e altaneiro...

E como ela nos acha um poço de candura,
Sem abrandar porém o trote das botinas,
Volta-se, muito atenta e com desenvoltura...
- Morrem-nos então nos lábios as cavatinas...


IV.
Está-se apaixonado. Preso até Agosto.
Apaixonado. - De versos não quer saber.
Foram-se os amigos todos, temos mau gosto.
- E a adorada, uma noite, dignou-se escrever!...

-Nessa noite... - volta-se aos cafés animados,
Pedem-se umas cervejas, uma limonada...
- Aos dezassete anos não somos atinados,
Quando afinal há tílias verdes na esplanada.

29 Set[embro 18]70

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Poesia Visual etc. & tal













Elegia al Che, Joan Brossa


Poesia Visual
Pode ser definida como um produto literário que se serve de recursos (tipo)gráficos e/ou visuais, de pendor caligramático, ideogramático, geométrico ou abstracto, cujo meio gráfico-visual não exclui outras possibilidades literárias (verbais, sonoras, etc.).


Poesia-Objecto
Na poesia-objecto, para lá dos componentes da poesia visual, o suporte deixa de ser apenas a página bidimensional. Agrega o objecto com as suas características e significados. Pode usar todo o tipo de materiais, da caixa de fósforos ao automóvel, do simples papel dobrado aos equipamentos digitais.
O poema acontece, assim, em diversos planos/ faces/ estratos e a poder contar com o manuseamento como elemento activo da leitura, possibilitando uma obra aberta, polisémica.

Há um Mundo à espera de ser descoberto à distância de uma googladela.
Boas viagens!