quinta-feira, 21 de maio de 2009

Duas lágrimas, um grande sorriso!

Uma lágrima! Uma lágrima apenas! Foi tudo o que ela conseguiu fazer, a sua única reacção quando foi confrontada com a terrível verdade! Essa lágrima gorda e límpida caiu-lhe do olho direito e, lentamente, escorreu-lhe pela face. Caiu-lhe do olho, passou pela bochecha até chegar à boca. Aí ela sentiu o sabor salgado da sua lágrima… percebeu, então, que toda a sua vida, que até então tinha sido doce, se transformara e, num instante, passara a ser salgada como esta lágrima. Num instante tudo mudara! E, apesar de todo o seu esforço para voltar atrás no tempo nem que fossem dois dias, ela sabia que era impossível. Mesmo que o tempo andasse para trás, dois dias seriam insignificantes. O problema vinha de há alguns meses.
Fechou os olhos. Pensou em tudo o que lhe tinham contado nesse dia. Por um momento parecia que o mundo se tinha desmoronado à sua volta. Abriu os olhos. Estava no cemitério. Todos à sua volta choravam, mas ela, mais uma vez, apenas conseguiu derramar uma única lágrima. Sabia que ele não se importava. Ele apenas queria o seu sorriso.
Um grande sorriso! Costumava dizer-lhe: “quando eu morrer, a vida continua. Apenas a minha acaba. E tu vais continuara a sorrir!”. E ela fez o que ele lhe pedira. Deu-lhe o maior dos seus sorrisos. E a vida continua, mas sem nunca o esquecer!

Marta Sofia, 11ºB, nº 16

2 comentários:

joana.s.osorio disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
joana.s.osorio disse...

Parabéns por este grande texto!Por vezes a morte é difícil de encarar especialmente na nossa cultura...mas uma coisa é certa, quando morre uma pessoa que gostávamos muito, decerto que se ela "ressuscitasse" preferia que nos relembrássemos dela com um sorriso e não com lágrimas.