domingo, 17 de maio de 2009

O dia em que tudo “mudou”

O ‘25 de Abril’ é a data da ‘Revolução dos Cravos’. Esta foi a expressão achada para designar a abolição da ditadura em Portugal pelo MFA, tornando-o, então, num país livre. Mas haverá realmente um país ou mesmo ideais totalmente livres? E, se houver, serão mesmo positivos? Bem, da análise a este acontecimento particular ao nosso país, o termo ‘Revolução’ não pode ser apenas considerado só um sinónimo para uma “mudança de ares políticos”, mas também uma mudança que o português comum desejava com fome e sede. E numa vaga chegou. Esta conquista propôs instalar princípios de igualdade numa sociedade enfraquecida e demente que olhava de baixo para uma ‘guerra fria’ que testava o limite de ‘suspense’ suportável pelo ‘homem’. A economia oscilava como o mar selvagem dos ‘Descobrimentos’, tendo durante os anos 60 prevalecido a emigração. Parecia a viagem dos salmões quando sobem os rios sabendo que a morte pode ser a sua meta. Mas, no fim de contas, toda esta situação se resume à frase tornada famosa por aquela publicidade do “Apetece-me algo de especial, Ambrósio”. Na verdade, o povo português, descontente, apela a uma outra mudança transversal de 360º que guie a carruagem que transporta a já pesada história para um atalho de ‘felicidade’, inalcançável, talvez, do ponto de vista moral. E assim, e com todo o crédito depositado na dúzia de pessoas com iniciativas verdadeiras, esta “Revolução”conseguiu (após outras tentativas falhadas) o que se dizia ser a condição para estruturar o pensamento: a ‘Liberdade’.
Mas o ‘25 de Abril’ acabou por ser uma demonstração de que está na natureza humana querer mais e, pessoalmente, gosto de ver que ainda somos humanos… sonhámos! Valeu a pena?

Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu

Fernando Pessoa

Gabriel Pinto, nº9 do 10ºE

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