segunda-feira, 24 de novembro de 2008

E o Q?

Olhei para o relógio. Eram 8h10min. Estava na hora de sair de casa. Peguei na mochila, vesti o casaco e saí. Ao chegar junto da Biblioteca Municipal, comecei a ouvir muito barulho. Vozes, buzinas de carros, mas não percebia o que diziam. Pensei: “Deve ser alguma manifestação, mas não me lembro de ter visto nada a respeito disso.”. Quando cheguei perto da escola, percebi que não era o que pensara, mas sim a campanha das listas candidatas para a Associação de Estudantes. Havia papéis colados no portão da escola com os slogans das duas listas, E e Q: “É ou não E?”; “Estás à espera de Q?”.
Muitos alunos poluíam o fresco ar matinal de gritos “Lista E” e “Lista Q”. Distribuíam panfletos com os membros da lista e o programa respectivo. A maioria das pessoas que ali se encontravam pertencia à E. Com algum custo, entrei na escola, e, aí, que confusão! O polivalente estava irreconhecível! Papéis e faixas a propagandearem, oferecendo um new look às despidas paredes deste espaço. A tão costumada campainha já tinha dado ares de sua graça, mas não convencia ninguém a cumprir os horários. Estavam todos noutra onda!
No primeiro intervalo da manhã, houve mais campanha, se é que assim se pode chamar! A escola em peso, no centro do polivalente, aquecia a voz com os sonoros slogans. Até o bufete, sempre cheio, estava “às moscas”! Só se ouviam gritos, mas ninguém dizia nada. E música? Parece que havia a intenção de a fazer ouvir… Voltei a ler o programa das listas. À semelhança dos políticos, muitas promessas! Falta saber se tais semelhanças também vão existir quando chegar a hora de as cumprir!
Tanta algazarra e tão pouca argumentação! Afinal, não deviam os candidatos apresentar com clareza o seu programa? Como optar por uma das listas se não há uma distinção perceptível entre elas? Votamos às escuras? Ai, se nestes candidatos temos os futuros governadores deste país! Que cenário tão decadente se adivinha!
Mas sejamos optimistas! Provavelmente fui eu que andei distraída e não me apercebi que até houve uma campanha organizadinha…
Se o E é ou não é, não sei. Esperava o Q? Também não sei.
Vamos ver como tudo corre e tenhamos esperança de que a jovem Associação de Estudantes dê uma cara lavada à nossa escola!

Marta Figueiredo 11ºB, nº16

6 comentários:

Anónimo disse...

Depois de ler e reler este texto, só me apraz dizer que, muito honestamente, não compreendo o rigor exigido nestas campanhas aos alunos da E.S.A.G.
Afinal, estamos em Portugal... Não no Reino Unido, Oxford...
Para não pensarem que esta crítica, no sentido lato da palavra, não vai ser argumentada, aqui vão alguns factos:
»Que eu saiba, e todos vós vão descobrir que eu sei muito, embora nesse dia tenhas chegado a horas, já chegaste como toda a gente (até eu!), a não cumprir a campaínha. Por consequência, não entendo como "deixas" no ar uma insinuação como: "Estavam todos noutra onda!
" , num dia tão importante como aquele...
»Não entendo por que razão é que o facto das buzinas e cantos de apoio a determinadas listas, são poluição (ja tavas acordada certo? Ah! precisas de concentração? Vamos lá, quer dizer... Por Amor de Deus). Normalmente, a palavra-chave em eleições é inovar. Neste caso, foram as listas E e Q, que, de variadas formas, inovaram sonoramente.
»Quanto às promessas, é muito simples: nem John F. Kennedy, cumpriu com todas as suas promessas, enquanto esteve vivo; apenas temos de nos garantir que trabalham e fazem alguns esforços pela comunidade em questão, neste caso, a melhor escola do país: E.S.A.G..
»Não sei se deu para reparar, mas não há o mínimo de condições para publicar o programa, embora tenha de concordar contigo quanto à obrigatoriedade da divulgação do mesmo. Não há lógica numas eleições, sem um único "Prós e Contras" com uma Judite de Sousa. No entano, não podes pôr em causa as listas por esse motivo.
A maior responsável pelas eleoções, a direcção da escola, deveria ter a autonomia necessária, para incentivar e programar um debate, mesmo que fosse em tempo de aulas. Afinal, as eleições só ocorrem uma vez por ano e são motivo de "chacota", por parte da comunidade escolar. No entanto, visto que esta é a minha primeira aparição, não quero criticar esta nossa "glamorosa" direcção, pela qual tenho a maior admiração e respeito, e ficar sujeito às consequências.
Só vos posso dizer que vou voltar, para, a pedido de uma certa e determinada professora de Português, "diminizar" este blog.
O vosso novo Miguel Sousa Tavares,

Predador das Palavras.

Anónimo disse...

Confesso que depois de ler este texto me senti um pouco revoltado. Alguma vez te envolves-te numa Lista candidata à Associação de Estudantes? Quer-me parecer que não pois se já estivesses saberias que o dia da campanha significa meses de trabalho árduo para que num dia consigamos mostrar a cerca de 1300 pessoas que somos a melhor escolha! Não é fácil sabes, a escola não proporcionou as melhores condições para que as Listas pudessem apresentar as suas propostas de uma forma não tão barulhenta e incomodativa ( para pessoas como tu que não sabem reconhecer o nosso trabalho ) !
Pensa bem no que escreves-te, ou melhor tenta investigar um pouco antes de expressares a tua opinião de um assunto ao qual não estás familiarizada o suficiente para comentar.

Cumprimentos

Pedro Barbieri disse...

Portanto, mostras-te descontente com o facto de as listas fazerem muito barulho, ou com o facto de todos chegarem atrasados.

Eu faço parte de uma das listas (Lista Q), não tenho problema nenhum em afirmar isso, e afirmo-o com orgulho, portanto estás no teu direito se decidires a partir daqui que este comentário está talhado para dizer mal de ti ou do que tu disseste. Se calhar até tens razão, aliás, eu até propus a organização do referido debate, mas a questão que se põe é esta: o ano passado quem é que ganhou? Foi a lista com o programa mais bonito? Não, foi a que fez mais barulho! No ano anterior, exactamente a mesma coisa...
Estavas à espera que este ano fosse diferente? Se calhar há alguns alunos, algumas turmas, que estariam razoavelmente interessadas em assistir a um debate entre os presidentes das duas listas, mas a esmagadora maioria quer é confusão, barulho, gomas e doces e comida de borla.
No entanto, o que podemos fazer? Podemos apresentar uma moção na próxima Reunião Geral de Alunos (vulgo RGA) que torne obrigatória a realização de um debate antes das eleições. O problema é que dos 1300 alunos da ESAG, apenas 100 se dignaram perder 30 minutos do seu tempo para participar no futuro da escola, sendo que 99% desses estavam lá porque uma das listas ou outra lhes pediu.
Ora eu diria que toda e qualquer pessoa que não esteve na RGA (e não podem afirmar que não sabiam, porque foi afixado na entrada de cada um dos pavilhões um aviso com a data e hora da reunião) não pode reclamar, pois quando foi hora de tomar decisões reais, ninguém pôs lá os pés. Por causa disso, quem compareceu à RGA foram basicamente as duas listas, sendo que a proporção era aproximadamente 60% E e 40% Q. Sendo assim, por exemplo, a mesa eleitoral (e não estou a fazer afirmação absolutamente nenhuma acerca da competência da dita mesa) foi eleita de entre duas propostas, ambas "isentas" das listas. A da Q perdeu. A da E ganhou.

Pensa neste caso, e se calhar para o ano dignas-te aparecer na RGA e lutas por alguma coisa, em vez de vir postar um texto pretensamente romanceado, e criticar um sistema que ajudaste a fazer, num blog onde achavas que se calhar quem o lia não ligava ou concordava contigo.

Cumprimentos,

Pedro Barbieri

Anónimo disse...

Eu concordo, em parte, com a autora. Estudei na ESAG, também já passei pela altura das listas, e tal...

O que acontece, e que a autora do livro não referiu claramente, é que não há verdadeira campanha por parte das listas. Reparem, todas prometem o mesmo, e a primeira coisa que os alunos fazem ao pegar no folheto é olhar para a cara dos membros da lista e dizer "esta tem gente fixe, vou votar nesta".

Até era pessoa para concordar se isto fosse uma escola preparatória, onde as pessoas não têm ainda maturidade suficiente para dominar a Arte de Convencer.

Numa escola secundária, onde as listas são maioritariamente constituídas por alunos no último ano, é talvez um bocado "infantil" pensar que quem fizer mais barulho tem mais votos.

Mas não digo de forma alguma que não possa ter essa componente. Também sei o que é a brincadeira das listas, aquela rivalidade benéfica, entre outras coisas divertidas. Só digo que concordo com a autora do texto na medida em que não há uma verdadeira campanha. Todos os anos é igual, sempre.

Assim, não posso dizer que discordo quer do "Predador das Palavras", quer da autora do texto. Acho que ambos apontam perspectivas benéficas para as eleições.

Com os melhores cumprimentos
José Pedro, ex-aluno do 12ºE do ano lectivo 2007/2008

Pedro Barbieri disse...

Apenas queria dizer, que, apesar de os nossos pontos de vista serem diferentes, tenho de te dar os parabéns por conseguires trazer pessoal ao blog, e por teres trazido para debate um tema tão importante para nós, estudantes, e mesmo assim tão negligenciado...

Anónimo disse...

Queria começar por felicitar a minha colega do 11ºB por ter possibilitado o debate neste blog.

Muitas das opiniões que a autora do texto manifesta são, também as minhas. No entanto não concordo em alguns pontos.

É realmente verdade que a ideia de quem tá de fora tem é que, as listas não têm quaisquer ideias bem como só se preocupam na verdade com "quem faz mais barulho". Mas há que dizer que as listas têm trabalho a planear e a executar a campanha eleitoral.

Contudo , deixo esta mensagem a quem pertence á nova associação de estudantes, a associação não deve apenas preocupar-se com o dia da campanha e com a vitória mas também com o dia-a-dia de cada estudante na escola e com os seus problemas diários em que esta pode ajudar.

Assim, para concluir, penso que a solução seria alterar os moldes da campanha fazendo com que as listas apresentem melhores propostas. Também penso que, cada estudante fora do circulo da associação deve participar e exigir mais da associação e não apenas festas e presentes.