quinta-feira, 10 de março de 2011

O Tempo e o Sexo

Ontem, fui ao teatro ver uma peça intitulada “Deixemos o Sexo em Paz”, interpretada por uma única actriz, que aborda a questão do sexo de forma descontraída, descomplexada e divertida. Como não podia deixar de ser, este controverso tema fez-me reflectir.
No tempo dos meus avós, era impensável falar-se sobre sexo! A moral e os bons costumes levavam a que nem na privacidade do lar se abordasse este tema. Na geração dos meus pais, já existia mais comunicação: em muitas famílias existia abertura suficiente para se esclarecerem alguns aspectos relacionados com o assunto. No entanto, nenhum encenador ousava apresentar uma peça que abordasse tamanho tabu!
Com o passar dos tempos, as coisas foram mudando. Eu sou fruto de uma época em que se visualizam filmes na televisão com cenas de nudez aceites pela generalidade das pessoas. Porém, ainda hoje existe um certo preconceito, visível nos risos e olhares desconfortáveis quando se aborda o tema.
Há séculos que as pessoas reprimem a sua vida sexual. Aprenderam, erradamente, que sexo é pecado. Tabus existem e são muitos, cabe a todos nós mostrar que um bom diálogo faz a diferença, porque tudo o que parece proibido desperta curiosidade.
De tudo isto tratou Maria Paulos com um inacreditável e divertidíssimo monólogo. A actriz conseguiu despertar a nossa desinibida atenção para temas pertinentes, começando pela primeira experiência sexual da personagem, passando por uma “lição de orgasmo” e pela impotência sexual. Talvez através desta original forma, os adolescentes consigam abrir os olhos para o mundo que os rodeia, e percebam que o sexo é uma coisa natural, presente na vida de todos, e não um “bicho de sete cabeças”!

Márcia Oliveira,nº22,10ºB

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