quinta-feira, 31 de março de 2011

Tema:“ A escrita como…”

“O céu repleto de palavras”
Sento-me aqui e olho para o céu. As nuvens surgem lentamente, no horizonte, carregadas e ameaçadoras. E, tal como quando escrevo, sinto-as ao meu alcance, como uma ideia que me apanha de surpresa…e dou por mim a pensar que num dia mais limpo e solarengo de Verão, aquilo que “escrevinho” neste pedaço de papel seria algo vivo, bem mais divertido e apetecível.
Aqui fora, ao nível das nuvens, tudo aquilo que sinto envolve-me de uma forma acolhedora, e neste papel, tudo isso é gravado. Sei que aquela nuvem vai fugir para longe, mas também sei que outra pessoa a vai ver e vai poder ser, durante um bocadinho, um bocadinho do que eu sou.
E apreciar este momento, apreciar as diferentes formas que as nuvens assumem, dá-me esperança, pois se hoje este texto tempestuoso e repleto de emoção ocupa o meu pensamento, amanhã, quando olhar para o céu, algo mais leve e belo surgirá. E agora sei que quando o que sou se confunde com aquilo que sonho, este é o meu porto de abrigo: uma nuvem, uma ideia e, de repente…o céu repleto de palavras.

Ana Rita Dias Rocha, nº2 10ºG


“A palavra certa”

Para encontrar a verdadeira palavra ou, mais precisamente, a palavra certa para preencher a folha branca, senti o seu perfume trazido pelo vento. À medida que o seu perfume aumentava, a cor da folha mudava com todas aquelas palavras. Comparei-as às pétalas da flor , com cores vivas e deslumbrantes.
E a cada dia que passa, mais uma pétala cai e o texto forma-se. Um dia, está delicada e morre, e palavras perdem-se como as águas doces misturadas com as salgadas do mar.

Cátia Azevedo Correia, nº5 10ºG


“O germinar da crónica”

Para mim, a crónica pode ser como o germinar de uma flor.
No início, plantamos a semente na terra, ou seja, pensamos sobre o que queremos escrever. Depois, é necessário cuidar e esperar que a flor comece a germinar. É como começar a escrever as primeiras palavras, com muito cuidado e com lógica. Quando a flor finalmente está bem formada e bonita, significa que a nossa crónica está quase pronta. O final é quando a mostramos, entregamos o nosso coração e os nossos pensamentos…

Mariana Oliveira, nº14 10ºG


“Pincelando palavras”

Quando olho para uma folha em branco, sinto-me como um pintor a olhar para uma tela vazia…
A escrita torna-se cheia de mistérios e intrigas…Cada um pode imaginar, de formas diferentes, a história que está a ler. Ela é como o branco, pronto a misturar-se com outras cores e assumir milhares de matrizes variadas.
Princesas, sapos encantados, contos de fada: pintam-se de rosa na minha mente. Ou azul…É o céu limpo e puro, sem ódio, sem raiva, sem dor…
Ou talvez verde! Talvez uma tela de Van Gogh… Tão natural, tão “Natureza”!
Cada palavra é uma pincelada, duas formas diversas de expressar sentimentos, ambas profundas, ambas coloridas e ambas generosas. É um dar sem fim de cor, de palavras, de toques de vida…

Marina Patrícia Sousa Teixeira, nº16 10ºG


“ A escrita é arte”

Cada pincelada numa tela, cada espectro e raio de luz que se insere sobre a cor, tornando aqueles momentos retratados na pintura quase como vivos: é isso que eu sinto ao escrever, é uma arte. Cada risco no caderno transforma-se numa palavra, numa frase, num parágrafo. Claro que nem todos os textos de um escritor, nem todas as telas de um pintor são obras de arte. Após muita experimentação de cores diferentes, de perspectivas, de erros e pensamentos, acabará por resultar numa pintura, que para os olhos daquele que tentará compreender as emoções do autor, será uma verdadeira obra de arte. Tanto pintar como escrever é dar asa à imaginação, e dar vida, uma forma definida, àquilo que pertence ao imaginário.

Pedro Pimenta, nº18 10ºG


“Palavras amigas”

Escrever é como uma boa amizade. Demora a surgir alguma ideia, mas, quando vem, temos que aproveitar e tirar proveito. Depois, cada amigo que surge é como um sujeito, um predicado, um complemento. Cada um vai formando uma frase; depois duas, três e, por aí adiante até formar um texto. Texto em que cada frase é necessária, que cada sujeito desempenha uma função diferente de um predicado ou de um complemento. Tal como os amigos, cada um é único, mas necessário para nos apoiar em momentos diferentes.
Mas, ao longo de uma amizade, surgem problemas. E, como quando escrevemos, temos de superá-los e seguir em frente (se realmente queremos que o texto resulte). Normalmente, quando menos esperamos, fica tudo bem e voltamos ao normal: a escrita volta a surgir e a amizade volta a florescer.

Rúben Magina Pereira Vieira Ribeiro, nº22 10ºG


“A Fonte das palavras”

Pacientemente, espero pela água pura que emanam as fontes da inspiração, espero pelas memórias e pelas palavras que fluem e escorregam lentamente pela tinta da caneta…Tocando a medo o papel…Enchendo cada linha com um livro de romance, cheio de histórias, paixão, cheio de tudo. Finalmente, as ideias começam a surgir, e um temporal de frases idílicas toma conta da minha mente e invade, curiosamente, o meu pensamento: as palavras correm o papel, de um lado para o outro, molhadas, e repousam para um eterno e ilustre descanso.
Com um brilho cristalino, a ponta da caneta espelha os meus olhos, ao ver no papel o que tinha no pensamento. Infelizmente, acabou! Aquela forte corrente que me arrastava…Essas águas chegaram, por fim, ao mar. E, agora, dou à costa. Sonho em poder voltar àquela fonte sincera. Sonho em libertar para o descanso mais palavras e em sentir a caneta deslizar no papel.
Agora tenho que me recompor: secar as roupas e os cabelos, aconchegar as frases e apanhar algumas pedrinhas do meio do texto.
Está tudo pronto para dar a conhecer a experiência fantástica que é escrever com o coração. Ter o privilégio de ser conhecedora de uma fonte tão limpa e tão pura, que emana ideias, palavras e pensamentos, com os quais consigo confluir em direcção a um espantoso oceano – a escrita.

Susana Monteiro, nº25 10ºG

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