terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Poemas e Reflexões

Andei no faz de conta

Andei no faz de conta
Teu aprendiz
Mas na tua alma
Há algo que me diz
Andaste perdida
Agora te encontrei
Não há mais saída
Por onde eu entrei
Ninguém vê
Uma alma perdida
Um suspiro escondido
Um cego que vê
Ninguém sente
Uma cor quente
Uma luz reluzente
Algo que te faz vibrar
Nessa experiência aprendiz
Não há nada a explicar
Não há nada que se ouve
Não há algo para ditar
Nessa tua forma estática
Tens muito em que pensar


O Modelador

Guardo-me dentro de uma capa para ficar irreconhecível...Felicidade e mentiras protegem-me e o escultor molda a escultura gretando, ainda mais, as feridas da minha máscara. Porque é que brinca comigo enquanto que a sua obra-prima está inacabada? Porque é que esta sorte é tão injusta? Questões que um escultor se dispõe a passar à sua escultura. Podes ser o perfeito da perfeição, mas o sentimento fertilizante absorvido por ti impune o alfa. Cada criador cria a sua vida... Cada sonhador sonha a sua vida... Cada comum limita-se a vivê-la. A escultura fica guardada à espera de uma nova oportunidade enquanto que o vagabundo tenta reiniciar um novo amor à escultura. O vagabundo cala, consente as expectativas mal definidas e a escultura molda as consequências infelizes brincando com a sorte do comum. Vagabundo num só dia, Vagabundo no amor para a vida toda!


Consegues ouvir?

O amanhecer entardece
Como uma nuvem apazigua o luar
Ao convocar de loucura
E um enlace desfez-se
A persuasão desmorona-se
E o interlocutor não reage
Os lábios cerram
As mãos não sentem
O coração não bate
A luz divina seguiu
E num acto de demência
Se arrasta, pé ante pé
Para um vazio profundo


Imperceptível

Passava despercebida mas afinal a rapariguinha que todos achavam reconhecer
cresceu, tornou-se consciente, mais honesta e ténue. A vida tinha-lhe pregado uma partida, afinal o amor não era assim tão fácil como escreviam nos contos:” e viveram felizes para sempre”, tretas! Trocaram-me as voltas, mudaram-me o rumo e eu era capaz de saber o que era gostar, mas amar? Içar-me tão alto para a queda ser maior! E pensava eu, não haver mais capacidade para tombo tão brusco! O mundo desabou, o sonho que eu dizia ser a minha vida tinha-se tornado maçador.
As tardes mais frias e as noites mais encobertas! O assombro da afeição a Ele tinha se tornado um desejo pois era o principio da vida e ainda nada nos tinha acontecido!


Algazarra

Rasga os lençóis.
Rasga como se rasga uma notícia indesejada.
Ouve o eco do teu grito que retorna do vazio.
Maltrata a imagem do que pensavas ser ou foste.
Fecha janelas. Fecha portas.
Põem no chão o conteúdo de gavetas abertas.
Desarranja cada canto deste mundo.
Delira no desatino do desespero.
Esquece.
Obriga.
Entrega-te a uma outra mentira se preciso for, não te cales.
Mas, sobretudo, grita.


Inspira

Sem inspiração
Nada me consome
O sentimento que tende em me possuir
Repela-se
O magnetismo que se antecedeu
Perdeu a força
A liberdade que me mantinha presa
Rasgou-se
O sabor do vento
Deixo de cessar os meus cabelos
A pele não humedece
Os poros cerram e encrespam-se
Acabo mal as malas
Viajo sozinha
Falo com o consciente
Desabafo com o pensamento
Grito no silêncio
Desespero o destinado


Similarmente sensível

Quando choro
Choro porque quero
Ninguém me obriga
Quando abraço
Abraço porque amo
Não e fadiga
Quando exagero
E´ porque não vivo
Mas amigo?
Amigo eu sou
Não sou um fardo
Não quero ser
Sou o apoio de quem precisa
Não duvidem, vão ver
Não quero vingança
Nem desprezo
Sou aquilo que sabes
Sou aquilo que pensas
Não quero contraditórios
Já te tenho no coração
As lágrimas não são falsas
Tu foste uma desilusão

Confúcio 11ºA

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