terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Um passeio pelo Barroco

A visita que realizámos no passado dia 5 de Novembro de 2008 foi um importante momento que me fez viajar no tempo e reflectir sobre a arte de alguns séculos atrás. No século XVII iniciou-se um movimento artístico e cultural, que se prolongou até ao século XVIII, em que o homem produziu um género de arte caracterizada pela riqueza, pela exuberância, pelo exagero. As igrejas que visitámos são exemplo disso. O estilo barroco é, pois, um movimento de ruptura que se opôs à harmonia e equilíbrio clássicos, apelando mais às emoções humanas.
O gosto pela grandiosidade, as formas exuberantes, a exagerada ornamentação, as explosões de rendilhados e dourados característicos do Barroco, são bem visíveis nas Igrejas de Santa Clara e de S. Francisco da Ordem Terceira. São Igrejas marcadas pela articulação de inúmeras estruturas que juntamente com a talha dourada se apoderam totalmente do espaço. É esta a principal característica do Barroco: o horror ao vazio.
Santa Clara foi concluída em 1457, tendo sofrido modificações nos séculos seguintes. A sua forma de “salão” dá-lhe amplitude. A rica talha dourada já bastante desbotada torna-a sombria e misteriosa. A roda dos enjeitados, a marcar a passagem da igreja para o interior do convento, faz-nos sentir emoções de crueldade vividas em tempos passados. A Igreja de S. Francisco é bastante maior. É constituída por três naves e é marcada pelo seu belíssimo portal “rocaille”, que protege a Senhora da Soledade, e pela famosa escultura da Árvore de Jessé. A talha dourada convive harmoniosamente com a elegância dos ogivais.
Esta pequena viagem ao Barroco fez-me sentir e apreciar algumas das suas características. Enquanto visitava as Igrejas, fui percebendo a profunda relação entre a arquitectura e a música barroca, que já me é familiar. Consegui perceber como a arquitectura se reflecte na música, consegui “ver” as emoções que o som provoca. O horror ao vazio, o gosto pela grandiosidade e a exagerada ornamentação são algumas das características que marcaram este período em diversas artes, da arquitectura à música, passando pela literatura, escultura, dança, entre outras. É a arte pela arte!

Carolina Coimbra, 10ºD Nº21

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