segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

À beira-mar

Estou parado ao volante porque o sinal está vermelho. Olho distraidamente pela janela e vejo-a. Fico enfeitiçado pela visão, como se de uma cena de filme romântico se tratasse.
Elegantemente vestida, de fato escuro e camisa branca, aparenta estar na casa dos vinte, ou talvez um pouco mais. A sua figura é esguia e os seus cabelos cor-de-mel são longos, soltos ao vento do fim da tarde, de um dia de Outono, onde o sol já se quer pôr. No rosto, de traços suaves, sobressaem os seus olhos, grandes e amêndoados, cuja cor não consigo identificar. O nariz, um pouco arrebitado, dá-lhe um ar de menina-senhora e os seus lábios vermelhos, cor de sangue, parecem cantarolar.
De mãos nos bolsos, anda devagar, sem pressa de chegar. Diria que aproveita o passeio à beira-mar para descontrair, no fim de um dia de trabalho. Está de certa feliz! Sinto inveja!
Decido imitá-la e estaciono o carro, disposto a seguir-lhe o exemplo. Afinal, porquê tanta pressa? Vivemos sempre a correr, mesmo quando já não há motivo, como agora! Na vida, há pequenos momentos de prazer que simplesmente desperdiçamos sem dar conta. Foi pena não ter encontrado a minha “musa inspiradora”, porque queria dizer-lhe: “Obrigado”.

Ana Catarina Santos, 9º F

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