segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Tecnologia versus Família

Antigamente, a coisa mais importante para uma família era a própria família. Hoje em dia, esse valor vai sendo partilhado e posteriormente substituído pela tecnologia.
O que antes era passar uma tarde sossegada com a família, agora é uma tarde passada em casa em que os membros da família mal falam uns com os outros, por vezes dando a desculpa de que estão ocupados quando, na verdade, estão a passar tempo de qualidade com os seus aparelhos electrónicos. O pai fica encantado durante uma tarde inteira a ver o canal de desporto; o filho mais velho passa o dia a jogar consola; a filha mais nova lá vai dividindo o seu tempo entre o seu telemóvel de ultima geração e o leitor de música; já a mãe prefere passar o tempo a navegar pela internet à procura das fofocas sobre as celebridades.
Ao jantar sempre chega a haver conversa de circunstância, mas esta acaba de imediato quando começa a dar na televisão aquele programa espectacular muito conhecido. No entanto, o tal programa não é emitido às quintas, sextas e sabados, o que quer dizer que, nesses dias, ou eles procuram outro programa entre os duzentos e oitenta canais da televisão por satélite ou seguem um caminho mais perverso: têm uma conversa normal (em que por vezes a conversa sobre o leitor de música que saiu recentemente ou o novo canal de televisão, surge à baila).
A altura das férias é uma boa altura para os membros da dita família se reunirem e estarem juntos. Mas esta tarefa chega a ser complicada logo na altura de escolher o destino porque a Maria diz que se recusa a ir para um sítio sem rede e o João diz que não vai para sítios sem televisão.
A um membro dessas famílias eu pergunto: “Se fosse para uma ilha deserta, para sempre, onde houvesse comida e conforto quem ou o que é que levaria consigo, as suas tralhas electrónicas ou a sua família?”

Catarina Sofia Torrado Ramos, nº 9, 10ºG

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