segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

A confirmação

Dia 29 de Novembro de 2009. Dia de jogo no Estádio do Dragão, dia de F.C. do Porto vs. Rio Ave F.C.: jogo de extrema importância, porque, em caso de vitória, os portistas aumentavam em dois pontos a sua vantagem sobre os “leões” e, mais do que isso, recuperariam dois pontos sobre o Benfica; jogo de extrema dificuldade, visto que os vilacondenses tinham perdido apenas um jogo em dez realizados para o campeonato, sendo a equipa sensação desta edição da Liga a par do, em princípio, (ainda) líder S.C. Braga.
Os primeiros minutos de jogo foram fracos, dando continuidade à tendência daquilo que tinham sido os últimos jogos dos Tetra-Campeões nacionais, especialmente, para o Campeonato.
No entanto, por intermédio de Hulk, os “dragões” colocaram-se em vantagem a partir do minuto 23’. Parecia que as coisas iam ter um rumo diferente, com a aparente mudança de sorte dos portistas. Pura ilusão: volvidos 2 minutos o Rio Ave empatou, graças a um cabeceamento, sem hipóteses de defesa, de João Tomás – actualmente em grande forma – onde foi óbvia uma falha de marcação da defesa azul e branca, uma vez que Bruno Alves abandonou a marcação do autor do golo para marcar outro adversário, deixando assim o poderoso ponta-de-lança português ao cuidado de Fucile. Algo de muito errado, não só porque era visível a vantagem atlética de João Tomás sobre Fucile, tal como Maicon (central de elevada estatura) – que se encontrava mesmo ao seu lado – não teve a confiança nem a autonomia necessária para tomar conta da marcação a João Tomás, evitando, certamente, aquele que foi o golo de empate dos vilacondenses.
Felizmente, depois do efeito aturduante do empate dos forasteiros, os portistas avançaram para um domínio de um quarto de hora que, por muito pouco, não teve impacto também no marcador, antes da saída para o intervalo.
Todavia, os “dragões” voltaram a entrar mal, ou melhor, muito nervosos e ansiosos no reatamento da partida, quando não havia necessidade para tal. E isto verificou-se no «penalty» algo duvidoso, desperdiçado (outra vez!) por Falcão que, com manifesta falta de sorte, atirou à barra e continuou o calvário de jogos sem marcar no campeonato.
Contudo, contra aquilo que seria de esperar, conforme dito por Jesualdo Ferreira após o fim do encontro: “A partir do momento em que falhámos o «penalty» (...) a equipa entrosou-se mais e ficou mais forte.”
Desta forma, o F.C. do Porto iniciou um domínio avassalador que apenas foi travado pela figura do jogo: Carlos, guarda-redes internacional angolano do Rio Ave. Toda a equipa portista parecia acreditar cegamente na vitória e, talvez por isso, os “dragões” alcançaram o justíssimo golo vitorioso ao minuto 83’, graças a uma conclusão, plena de oportunidade, de Silvestre Varela.
Foi também neste momento que me coloquei de joelhos e desatei aos gritos e a chorar. Nada que, no decorrer deste jogo, não tivesse feito, pelo menos, umas três vezes, tamanha era a importância desta vitória e a crueldade que se verificava no marcador com o teimoso empate.
Foi dos jogos mais emotivos a que eu já assisti e o golo de Varela, em conjunto com a minha certeza interior e confiança pessoal que o meu clube seguraria o resultado até ao final, despertou em mim uma felicidade imensa; foi como se uma chama de alegria invadisse o meu espírito e o meu corpo, ou seja, todo o meu ser, que apenas se transmitiu num “choro gigante de alegria”.
Agradeço a Deus, tanto pelo decorrer deste jogo como pelo seu resultado final. Porquê? Porque confirmei hoje aquilo que pretendo para o meu futuro profissional: estar ligado ao futebol e, se possível, ao clube que eu amo: Futebol Clube do Porto.
Se sou “doente” pelo meu clube? Sim. Se esta “doença” tem cura? Não sei. Se quero ser curado? Não! Se sou feliz assim? SIM!
Gostaria de acrescentar ainda, para aqueles cépticos do centralismo que desprezam tudo aquilo que o F.C. Porto conquistou e continuará a conquistar, algumas das declarações da «flash-interview» por parte dos elementos mais importantes do encontro:
- “Vendemos cara a derrota (...).”, João Tomás.
- “Gostaria de salientar que, se nalgum período, o domínio do jogo pertenceu ao Rio Ave, deveu-se ao nosso mérito e não a demérito do F.C. Porto.”, Carlos Brito.
- “Esta vitória foi muito importante para nós porque os jogadores têm que acreditar no seu valor e nas suas capacidades (...) porque esta equipa pode vencer todos os jogos.”, Jesualdo Ferreira.
- depois de matreiramente questionado pelo jornalista da RTP1 sobre se esperava ser titular no próximo jogo do F.C. do Porto, após ter marco o golo da vitória azul e branca e ser considerado “a figura do jogo”, Silvestre Varela não se deixou influenciar e respondeu prontamente: “A mim cabe-me apenas trabalhar para ajudar a equipa. O mister é que escolhe...”.
Assim se fazem campeões. Perdão... Penta-Campeões!

Ricardo André Pinto Silva - N.º 20, 12ºB

Sem comentários: